O tempo é um eterno fugitivo, por isso, a vida deve ser intensa e a intensidade de viver advém de valores benéficos a sua continuidade, pois o dia seguinte está por amadurecer e deverá ser vivido com a mesma intensidade de hoje. Tempus Fugit, Carpe Diem.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A POLÍTICA DO DIREITO


Tenho percebido uma tendência extravagante da utilização da hermenêutica política no Direito Pátrio, e mais, os Poderes Políticos da República tentam de toda a sorte, constranger o Poder Judiciário, em especial, o STF. Quase as vésperas do IX Exame Unificado da OAB, diga-se de passagem, uma vergonha sem defesa, salvo na curta inteligência dos parvos; lembro-me do lobby da OAB e suas alianças que constrangeram o STF afirmar de sua constitucionalidade, verdadeiro corporativismo dos operadores do Direito. Atualmente, é senso comum que para todas as profissões liberais deveriam existir exames, como se isso fosse resolver os problemas da educação do país e permitir que os profissionais melhor preparados ingressem no mercado de trabalho gerando a exclusão dos menos capacitados. Tudo é uma grande mentira! Quem estuda para passar neste tipo de prova, não estuda o Direito. O que vale é o estoque de mais de cem mil candidatos pagando duzentos reais, três vezes por ano.

Ao findar o julgamento da AP 470 subsiste a dúvida se apenados podem perder o mandato por decisão judicial. Declarou o Presidente da Câmara dos Deputados que não respeitará a decisão do STF, caso seja declarada a perda dos mandatos. Uma insubordinação afrontosa a independência dos Poderes Republicanos. Quando os constituintes de 1988 recepcionaram o Art. 55, § 2º, o fizeram sob o efeito das trevas da ditadura militar. Observemos o fato de que o referido parágrafo trata dos incisos I, II e VI; os dois primeiros tratam de regramento comportamental e o último de condenação criminal com sentença transitada e julgada. Uma leitura mais atenta pode-se verificar a inconsistência do parágrafo segundo com o inciso VI, assim diz o texto: “Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pela Câmara dos Deputados ou pelo Senado Federal, por voto secreto e maioria absoluta, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, ASSEGURADA AMPLA DEFESA”; de quem se já transitou julgado?

Para piorar, o parágrafo terceiro do mesmo artigo estabelece rito sumário declaratório da respectiva mesa da casa parlamentar quando da perda dos direitos políticos, o que acontece, entre outros motivos, quando de sentença condenatória a perda da liberdade transitada e julgada na esfera penal.

Fazendo uma retrospectiva histórica da construção do texto constitucional, o Ministro Gilmar Mendes aborda os registros dos debates desta matéria, quando da votação do texto e exara em seu voto o seguinte comentário: “Ao transpor o inciso VI (perda de mandato por condenação criminal) do § 3º (declaração da Mesa da Casa Legislativa) para o § 2º (decisão deliberativa da Casa Legislativa), o legislador constituinte acabou produzindo (ao que tudo indica de forma irrefletida e não intencional) uma real antinomia (em relação ao art. 15, III) e uma clara incongruência na sistemática de perda de mandato (ante as hipóteses de perda de mandato por improbidade administrativa e por suspensão dos direitos políticos)”. Observemos a redação do Art. 15, III: Caput. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de: III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos.

Se for para vivermos sob a letra kelseniana, melhor esquecer a teoria do conhecimento, o conceito de evolução do pensamento, bem como, o desenvolvimento cultural e tecnológico. Ou então estamos enganados, a principiologia e o positivismo são chaves hermenêuticas usadas na conveniência da hora, um jogo político para subjugar o Direito.

Já existe uma longa pauta de provocações do Poder Judiciário por entes dos poderes políticos: os royalties do petróleo; denuncia do PDT sobre a segurança e possível fraude no processo eleitoral eletrônico; O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) e a Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) ajuizaram Ações Diretas de Inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal nas quais pedem que seja declarada a inconstitucionalidade da Emenda Constitucional 41/2003, a Reforma da Previdência. A alegação é a de que a matéria foi aprovada mediante compra de votos de parlamentares que eram liderados por réus condenados pela corte na Ação Penal 470, o processo do mensalão. As três ADIs foram distribuídas à ministra Cármen Lúcia (http://www.conjur.com.br/2012-dez-13/adis-questionam-reforma-previdencia-base-julgamento-mensalao); o mensalão do PSDB e por aí vai uma lista imensa.

Por mais que se deseje uma justiça célere, restando, ainda, a reforma do judiciário não iniciada, obsta contra toda possibilidade de celeridade as divergências doutrinárias e o sistema normativo do nosso Direito impregnado de pânico do último regime de exceção. Exacerba o legislador e os magistrados nas garantias individuais e coletivas, a saber, parece não existirem pessoas perversas em nosso país, tampouco psicopatas, pedófilos, organizações criminosas, quadrilhas, narcotraficantes e outros. Tamanho o pavor pela injustiça, pelo cerceamento dos direitos fundamentais que a justiça ficou curta, já se houve rumores de que a privação de liberdade não é o melhor meio de punição e sim as multas pecuniárias. Ora, no país em que impera a corrupção, quem acaba pagando as multas é o próprio erário, ou seja, a sociedade.

Se a política é a arte do possível, como definiu Otto von Bísmarck, quem sabe possamos compreender o Direito e a Jurisdição do Estado, igualmente, como a arte do possível ou a ciência do impossível.

Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2012.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

OS SÍMBOLOS INDIGENTES


Hoje eu fui ao Centro da Cidade, mais precisamente à Praça XV, comprar tabacos na Tabacaria Indiana, do meu amigo Isaque. Retornando, passei em frente ao prédio da nossa OAB-RJ, que não deveria ter nenhum tipo de publicidade eleitoral, uma vez que as eleições estão acontecendo nacionalmente. Surpreendentemente, penduraram um banner cobrindo cerca de oito andares do prédio e quase a totalidade de sua fachada, com os seguintes dizeres: “A Ordem quer Progresso, e você?”.

Não sou positivista de qualquer escola, contudo, me vejo na obrigação de expor minha crença quanto a fato incontroversamente estapafúrdio praticado pelo baluarte do Direito Carioca. A parvoíce do marqueteiro só não é menor do que a dos que aprovaram o banner publicitário. Da mesma forma, não resta dúvida que a ética não é o forte dos dirigentes da OAB-RJ, que fazem pendurar exacerbado banner, opondo-se ao movimento “Cidade Limpa” que a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro tenta regulamentar, em plena campanha eleitoral e utilizando um infeliz trocadilho com um símbolo da República do Brasil.

Augusto Comte, no auge de sua curta notoriedade filosófica, afirmou que a primeira república positivista implantada, deveria estampar em sua bandeira a frase “Ordem e Progresso”, simbolizando o método científico como o fundamento de inevitável progresso econômico, tecnológico, social e outros. De certo que gostaria de ver retirada de nossa bandeira qualquer resquício do positivismo, tanto da Escola Francesa, quanto da Escola de Viena e, mesmo, da Escola Alemã, mas isso é uma coisa e outra é sacanear os Símbolos Nacionais.

Comunicamos-nos pela linguagem dos símbolos hodiernamente e a internet é uma fonte inesgotável de criação de símbolos que facilitam a redução das palavras. Mas não podemos esquecer que existem símbolos valorosos, que representam valores inalienáveis, irrevogáveis. Paradoxalmente, alguns desses importantes símbolos se vulgarizaram no tempo, perderam a essência dos valores e apenas adornam os mais diversos interesses e paixões da sociedade, se tornaram indigentes. É lamentável que a OAB-RJ de causa a indigência de um dos mais importantes símbolos de nossa República.

“A Ordem quer Progresso e você?”. “O Progresso quer Ordem e a sociedade?”. “A OAB-RJ precisa de Ordem e Progresso!”.

Wagner Winter; Rio de Janeiro, 21 de novembro de 2012.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

SOBRE A CARTA DA TERRA


Li e reli várias vezes. Não consegui imaginar além do óbvio, do bom senso; nem compreender os valores que tão lindo texto motivaram.

Poder político, poder econômico... Que poderes valem um preço tão alto?

Do egoísmo profundo, a morte, isenta a responsabilidade dos parvos que não entende nem de vida e muito menos de morte e arvoram-se em serem os responsáveis pela estabilidade das sociedades, de patrocinarem as mais relevantes conquistas tecnológicas e pensam que dominaram os segredos da vida. Ah! Se soubessem das fragilidades de Davos diante das intempéries climáticas!

Terra! Planeta único! Morada da vida que se interliga, que interage em fragmentos de energia e felicidade; cenário vivo no qual tudo se mexe, tudo é dinâmico, tudo é colorido, tudo é belo. Aconchego do lar é a casa de nossas vidas, a segurança do nosso ser. Todo o conhecimento humano está ligado a Terra por um indissolúvel cordão umbilical, pois a Terra é o útero de toda á vida, é nela que é gestado todos os saberes, toda a ciência.

Terra mãe, grávida de seres, de vidas, de não vidas, de saberes, de poesias que enternecem o cosmo e ecoam por todo o universo ao encontro da face materna criadora, numa expressão, tão simples, mas tão rica, de comunhão embevecida por tanta beleza, tanta vida.

O universo lamenta e astros se constrangem com o prenúncio da morte do mais belo dos planetas, morte sem causa cósmica, provocada pela valorização de metais, papéis, poderes, autoridades, que sucumbirão antes mesmo que a agonizante Terra se acabe.

Consumidores vorazes de seus próprios dejetos atirados nas bacias fluviais que fornecem a água que bebem e irrigam os vegetais que comem. Parece que nascemos para consumir compulsivamente, de tal forma, que comemos os próprios dedos durante as degustações avassaladoras de simples caviar, que o caiçara paulista, de maneira rotineira mistura com farinha para rechear a tainha que lhe servirá de almoço.

E o nosso sertão nordestino, terra de cabras macho, sobreviventes contumazes, artífices boiadeiros, nos dias atuais utilizam no manejo da boiada a Honda Jegue, poluindo o ar com a queima de gasolina e óleo, desfigurando a cultura popular num pragmatismo espúrio e sem sentido; inócuo, tolo. E os jegues? São vendidos clandestinamente para fabricas de salsichas financiando a manutenção das motocicletas.

Nietzsche escreveu corajosamente sobre a morte de Deus compondo, provavelmente, a mais dura e certeira crítica à religião da forma. O diabo não teve a mesma sorte, morreu sem ser criticado por ninguém de infarto agudo do miocárdio, isso em conseqüência de obesidade mórbida e diabetes. Também, “o bicho ruim” não evoluiu tecnologicamente, não buscou um MBA, não entendia nada de economia e acabou não resistindo ao poderio neoliberal americano, caindo em profunda depressão que o levou a completa inutilidade. O golpe fatal foi a ALCA, “o coisa ruim” não sabia nem para quem torcer e ficou aturdido quando um diplomata americano, ouvindo uma de suas sugestões, perguntou-lhe se ele estava ali para trabalhar ou para fazer caridade. Mas o óbito só aconteceu tempos depois, com a eleição do Bush. O “caramulhão” ia se enforcar, mas não deu tempo, enfartou.

É hora de fazer o caminho de volta, de olhar a Terra como uma dádiva divina para a gestação e manutenção da vida e que não existe nada mais precioso do que a própria vida. De compreender que a felicidade e a essência da vida não estão no consumo, nem no ter, mas na comunhão e no ser.

Diz-nos o poeta e músico Marcus Viana:
“O Arquétipo do Sagrado Coração assim se manifestou e viemos a entender a coroa de espinhos como o próprio processo dual da natureza. Numa visão primitiva seria o Bem e o Mal, Deus e o Diabo, o Ódio e o Amor, a Ignorância e o Conhecimento. Porém ao mergulhar mais fundo, além do apego às formas racionais, vimos o Tudo e o Nada; a Eletricidade e o Magnetismo, o Positivo e o Negativo, o Yang e o Ying, a Noite e o Dia, o Homem e a Mulher, o Pai, a Mãe. E no centro, o fruto do Amor das duas forças entrelaçadas do universo: o filho, a força neutra, a criação. O Coração”.

E completa com esta belíssima canção:

Quando os corações dos puros amam
Cala a imensidão, o espaço
E a eternidade ergue seu véu

Todas as coisas vivas se aquecem
Todos os olhos se iluminam
Com a luz de um outro céu

Corações selvagens
Quando batem de paixão
Acordam toda natureza
Fazem a vida renascer

Florestas que queimaram
Voltam a se vestir de verde e flor
E as fontes que secaram
Ressuscitam ribeirões

Corações selvagens
Quando ardem em paixão
Incendeiam a noite, o tempo
E cegam sóis

Estrelas são as lágrimas dos anjos
A chorar
Por não terem o corpo e a vida
E não saberem o que é amar

Amor Selvagem - Marcus Viana

Jesus Cristo nos deixou uma única receita de vida: “Ame a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo” e Nietzsche completa: “Amai os distantes”. Amar-nos não é uma parvoíce romântica, ingênua, antes, é ter a mais profunda convicção do que somos e dos valores maiores da vida; do útero da mãe Terra, que nos acolheu com ternura divina em nossa gestação e nos acolherá, com a mesma ternura divina no momento de nossa última possibilidade de ser-humano.

Amor, fraternidade, cuidado, comunhão com Deus. São os elementos da nossa esperança transcritos na Carta da Terra, ou melhor, na carta para a Terra.

Wagner Winter, 24/11/2007

domingo, 28 de outubro de 2012

AS DIVERGÊNCIAS NO JULGAMENTO DO MENSALÃO


Tenho acompanhado quase todas as sessões do julgamento da AP 470 pelo STF, assim como, acompanhado pela mídia as principais repercussões. Ao meu sentir, não restam dúvidas quanto ao despreparo dos jornalistas para realizar a cobertura do julgamento e, por extensão, qualquer outra matéria ligada ao Direito. O fato parece-me grave, pois a informação divulgada por profissionais que não conseguem entender o que está acontecendo é, minimamente, uma desinformação muito perigosa, podendo macular a imagem pública do STF e do Direito. Necessário é destacar a boa cobertura da TV Justiça, mesmo não adentrando ao fulcro das divergências, mantém-se em nível técnico e pedagogicamente ao alcance do cidadão comum.

Jornalistas da Globo News destacaram  negativamente a posição do Ministro Ricardo Lewandowski no exercício de Revisor, estabelecendo o contraditório ao voto do Relator, contudo, na fase da dosimetria das penas, os mesmos jornalistas, criticam, de modo direto e ostensivo, o montante das penas aplicadas pelo Relator ao Réu Marcos Valério, chegando a qualificá-las como desumanas. É de se perguntar por onde anda a indignação da nação provocada pelas mesmas grandes mídias do País.

Povo nenhum merece confiança, as massas são desprovidas de moral, ainda que sejam grupos de profissionais, representantes de grandes corporações; já nos dizia Nietzsche. Especialmente no Brasil, o apenamento justo ou necessário, tem o condão de transformar os vilões em vítimas, merecendo a compaixão popular, sem prejuízo do sentimento de revolta quando o povo acha que, em caso de absolvição do Réu por um crime do colarinho branco, o julgamento acabou em pizza.

As divergências vistas no julgamento merecem uma, ainda que rápida e superficial, indicação de sua natureza filosófica, sob pena de ficar o povo e os jornalistas, sem saber o que leva o colegiado do STF a colisões tão opostas de valores e juízos. São divergências de natureza doutrinária, evidenciando o momento de transição filosófica do Direito Brasileiro. O Direito pátrio, em especial o Direito Penal, é fundado no positivismo de Augusto Comte (França), interpretado por Hans Kelsen (Áustria), principal jurista positivista da História do Direito. “Kelsen privou dos neopositivistas lógicos do Círculo de Viena, nutrindo a purificação das ciências em face de preocupações metafísicas, na crise epistemológica que admitia que a ciência não poderia pronunciar juízos de valor.” (Hans Kelsen e a Tradição do Direito Romano, Por Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy, publicado no site www.conjur.com.br). Literalista e contrário à hermenêutica jurídica, os fatos precisavam preencher inteiramente os requisitos das normas jurídicas, daí, ser inconcebível a aplicação da Teoria do Domínio do Fato, bem como a aplicação pelo julgador da racionalização indutiva e dedutiva.

Ouso dizer que a visão positivista de Kelsen ficou obsoleta no tempo e espaço, mas seus seguidores ainda existem a exemplo dos Ministros do STF Ricardo Lewandowski e Dias Toffoli, este último, autor de notas introdutórias na edição brasileira de 2011 da biografia de Kelsen. Naturalmente que, além dos citados ministros, muitos outros magistrados e juristas brasileiros professam o positivismo de Kelsen nos dias atuais. Tida por muitos como o “berço da cultura jurídica” brasileira, a Faculdade de São Francisco na capital paulista, é o centro mantenedor e difusor das tradições kelsenianas.

Outra linha positivista, oriunda do Direito Alemão, busca em Kant os fundamentos teóricos para o estabelecimento de sua doutrina. Ao meu sentir, Kant é o mais importante e robusto pensador do criticismo alemão e a sua obra fornece os fundamentos para todo o desenvolvimento do racionalismo positivista. Na linha do pensamento kantiano, o Direito admite a hermenêutica e ganha verdadeira metodologia científica. O fato concreto admite o conhecimento a priori e, por ser fato concreto, o conhecimento a priori se fará conhecimento analítico a partir da análise hermenêutica indutiva e dedutiva em movimento contrário. Harmoniza-se com a Teoria do Domínio do Fato, única forma conhecida para vencer determinados delitos, tais como, formação de organização criminosa, quadrilha, colarinho branco e outros, cujo núcleo mandante não realiza nenhuma operação diretamente.

Este é um simplório resumo com o propósito de destacar os reais fundamentos das divergências do STF no julgamento da AP 470. Entendido desta forma fica mais fácil compreender a razão pela qual o Ministro Toffoli não se considerou impedido para participar do julgamento, bem como, os seus votos, do Ministro Relator e dos demais Ministros mais novos a exceção do Ministro Luiz Fux, que professa a mesma escola predominante na Corte Suprema.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

ATOS POLÍTICOS NÃO SE DEFENDEM E NEM SE ATACAM, MAS É UM DEVER CÍVICO ANALISÁ-LOS. O CIDADÃO PRECISA SER O MAGISTRADO QUE JULGA OS ATOS E SEUS RESPECTIVOS EXAURIMENTOS, COM ISENÇÃO.


Mas, a contrario sensu, as pessoas deixam de exercer a cidadania, em razão de paixões impudicas que exorbitam do universo ideário das massas silenciadas pela ação predatória da capacidade racional, imposta pelos ciclópicos programas de deseducação, já presentes no Brasil quando, ainda, Província de Portugal.

Contudo, atos políticos não são, necessariamente, praticados pelos profissionais da política. Em uma visão mais abrangente, até mesmo, a omissão é um ato político, como, também, a negligência o é. Desta forma, todos os entes de uma sociedade praticam atos políticos, alguns positivos e outros negativos, proativos, reativos, ou ainda, indolentes. Todos os atos políticos podem ser positivos ou negativos, tanto no ato em si, quanto nos seus respectivos exaurimentos, a exceção dos atos indolentes, estes, sempre são negativos, de tal forma, que existem casos de não se exaurirem, necessitando de atos específicos que sustem seus efeitos.

As mídias são os veículos de comunicação dos atos políticos, contudo, também são praticantes de atos políticos, como a Revista Veja, partidária da ultra direita e manipulada por interesses mesquinhos e perversos. Sua intenção é causar o desânimo ao cidadão, gerar frustração no povo brasileiro, desacreditar as instituições nacionais que não se alinham com a extrema direita, ainda que sejam o Ministério Público Federal e o Supremo Tribunal Federal.


É um dever poder julgar os atos políticos praticados pelas mídias e realisar um ato reativo quando percebida a má fé objetiva ou não de manipular as consciências dos cidadãos, para o que declaro: a liberdade de imprensa é um direito inalienável em sua vocação informativa e manifestação clara e própria de opinião. Contudo, quando as mídias criam atos políticos, adulterando informações ou mesmo criando-as, pinçando fatos como quem retira peças de um quebra-cabeça gigante e montando outra realidade fática por supostos indícios; cessa o conceito de imprensa opondo-se a este o conceito de agente político. Desta forma, é dever poder o julgamento cidadão e, se for o caso, o julgamento judicial.

NA DEMOCRACIA SEM LEI, HÁ DE PREVALECER O MAIS FORTE; É UM TOTALITARISMO DESORGANIZADO!



Perdoem-me os liberais, mas qual a importância desta reportagem? Fontes dissimuladas, desmentidos para agências internacionais; resumindo, NADA! Desculpem, esqueci-me das eleições municipais e que o candidato liberal pós-keynesiano da Cidade de São Paulo entrou na campanha eleitoral com o paraquedas furado. Mas se o PT pode nomear um Ministro de Estado, os tucanos também podem reagir com ações contundentes, ainda que impróprias para os seres pensantes. É assim que funciona um Estado muito mais democrático do que de direito. Viva a democracia!!!

SOBRE A FALTA DE LÍDERES NOS MERCADOS


Líderes não são feitos, nascem líderes e poderão ou não liderar algum grupo. Aos líderes precisamos ofertar o ensino libertador, jamais o doutrinador. Essa pequena diferença conceitual faz com que os líderes se moldem ou se acovardem diante das exigências corporativas; na hipótese de não acontecer nem a moldagem e nem a covardia, ele é mandado embora.

Tem muitos anos quando, pleiteando uma vaga de executivo, fui à São Paulo e passei de nove horas da manhã até cerca de quinze horas fazendo entrevistas. Em seguida a última entrevista, recebi um papel e uma caneta Bic azul com o desafio de fazer uma redação. Quem olhar meu perfil poderá verificar que tenho uma produção literária razoável, contudo, conhecendo algumas das áreas dos saberes humanos, achei um absurdo científico o conjunto da obra, ou seja, a falta de lógica propositada na sequência das entrevistas e o tema, bem como, o momento em que solicitaram a redação. E foi isso que escrevi na redação.

Monica, gostei muito do artigo, porém, gostei muito mais do tema. É muito oportuno! Líderes decidem, em situação de urgência, assumem até a responsabilidade dos acionistas; são proativos e inovadores; precisam ser convencidos pela razão, jamais pela hierarquia ou ameaça de perder o emprego. Um trabalhador líder não se amolda a cumplicidade imbecil, potencialmente predadora da dignidade das pessoas.

Mas as corporações, por seus agentes diretivos, não desejam realmente a presença de líderes. Vivemos uma derivação do fordismo e todo o foco da educação está voltado para a funcionalidade, que, a meu sentir, não é apenas técnica, mas, sobretudo, comportamental.

Li ontem um artigo do Lenio Luiz Streck: Procurador de Justiça no Rio Grande do Sul, Doutor e pós-Doutor em Direito: "[...] essa Justiça em constante transição simbólica precisa realizar uma filtragem hermenêutico-constitucional dos tipos penais que aí estão, para que abandonemos o modelo de proteção máxima do “ter” e o desrespeito com o “ser” (humano)". "[...] O que quero denunciar é que se coloca uma espécie de alternativa ruim para a vítima: “Não dê mole para o assaltante...; não aparente posses etc.” Com isso, inverte-se a relação que está lá na Constituição: há um direito fundamental à segurança pública. O sujeito é assaltado e se diz: “Também... o trouxa ficou dentro do carro... veio o assaltante e, bingo (!), consumou o ato.” É?! Quem sabe podemos ler isso de modo diferente? É um direito do cidadão andar por aí, pelas ruas etc. É o Estado que deve dar segurança para o cidadão. O cidadão está certo. O assaltante, não. O quero dizer é que isso deve ser comunicado à vítima. O cidadão deve saber que o Estado se importa com ele."

Essa inversão de valores denunciada pelo Dr. Streck em relação ao Estado e a cidadania, ocorre, de igual modo, com os líderes que se deixam perceber no mundo corporativo. Fui mandado embora! Mas, também, veja o que você fez. Reclamar do não pagamento de horas extras para o seu setor! E incluindo todo mundo! Absurdo.

CORRUPÇÃO UMA EPIDEMIA SOCIAL


A corrupção deixa de ser somente um crime e assume características de uma doença social, quando já não se consegue perceber o que é certo e errado, percebe-se, apenas, o que é bom ou não é. O bom evolui para o senso comum e, o que deveria ser um ato moralmente reprovável, além de ser um tipo penal, passa a ser aceito como uma norma de conduta social em defesa dos interesses individuais.

 Vejo uma clara diferença entre o caixa de mercearia, que oferece desconto ao cliente para não registrar a venda, como também, o cidadão de média renda que é extorquido em R$ 50,00 pelas autoridades policiais em razão do não pagamento do defenestrado e inconstitucional IPVA (4% do valor do veículo, arbitrado pelas SEF) e, aqueles, que pelo poder que possuem, assaltam milhões do erário.

Mas a causa é a mesma, o poder de realização é que é diferente. Nossa sociedade incorporou na moral e nos bons costumes que levar vantagem, ainda que de forma ilícita, é uma coisa normal. Se é de conhecimento público que todas as campanhas políticas são financiadas pelo erário, através de corrupção e lavagem de dinheiro, não se explica os seguidos escândalos mais recentes. Os fatos deveriam ser encarados como consequências normais de quem foi pego.

Vejamos um recente escândalo, reincidente em áreas rurais. O Poder Executivo Liberou uma fortuna para as obras do PAC, no caso em tela. trata-se da construção de residências para pessoas de baixa renda. Não me atrevo a imaginar o quanto de recursos foram desviados, mas, de certo que os registros fotográficos de representantes e autoridades brasileiras na Europa, não revelaram, tão somente, uma incontrolável paixão pelos esportes. No mês de agosto a grande mídia carioca, em reportagem investigativa, divulgou que os beneficiados pelas unidades residenciais, embora impedidos por Lei e contrato, estavam vendendo as unidades. Em alguns conjuntos residenciais já se formara uma espécie de cooperativa de venda.

A mídia se calou, pois a responsabilidade legal pela fiscalização é do Estado, como não há interesse no confronto com o atual Governador, o assunto foi esquecido.

Ao meu sentir, a sustentabilidade econômica, produtiva e desenvolvimentista; qualidades econômicas inerentes aos seres humanos, passam pelo Estado Político, pelo Estado Legislador e Julgador, pela economia privada e pela sociedade num todo. Numa visão mais abrangente, a sustentabilidade econômica não é mais uma opção, é um imperativo planetário. Claro que ampliamos o tema a microrregiões e consideramos o Princípio da Dignidade da Vida Humana, que é mais abrangente do que somente a dignidade da pessoa humana.


Se a contaminação pela corrupção, que nasce das relações dos entes públicos  com os entes privados, em torno dos grandes interesses econômicos e atinge a sociedade num todo, passando a ser a "regra" ou o senso comum, como obter-se uma mudança de paradigmas que inclua de fato e de direito a sustentabilidade nas ações econômicas?

sexta-feira, 27 de abril de 2012

SER CRÍTICO I – O CONCEITO


A crítica está na natureza humana, de tal sorte, que podemos afirmar: todos os humanos, potencialmente, são críticos. A potencialidade não significa dizer que a crítica possa ser exercida sem desejo, conhecimento e esforço; razão pela qual grande parte das pessoas não se interessam ou se alienam da vida social. O não interesse advém de outras prioridades, ou inseguranças e formam o ser chamado de “politicamente correto”. Existe apenas uma diferença entre o “politicamente correto” e o “crítico”. O politicamente correto opta em não saber criticar, desta forma, elogia a tudo e a todos e longe do “espetáculo”, do seu “palco de atuação”, manifesta perfunctoriamente assaques contra tudo e todos. O verdadeiro crítico é um racionalista que consegue pensar com os valores éticos e verificar o que há de verdade ou equívoco em qualquer tipo de situação da vida corriqueira.

Para muitos as atitudes e comentários devem ser sempre “politicamente corretas”, ou seja, revelar o mínimo do que realmente pensamos sobre determinado assunto ou fato. Em outras palavras, viver o personagem de acordo com o script do momento, ser o padrão que se espera encontrar na tipificação imposta pelo senso comum.

Não vou contestar tal pensamento, pois sei que é assim que funcionam as relações humanas e sociais. Vivemos um período de inversão de valores e os críticos não são prestigiados pelas sociedades, mas, largados a própria sorte. No dizer de “Zaratustra”, os “super-homens” são inimigos das sociedades, sejam políticas, econômicas, empresariais, religiosas, ou qualquer outra forma de interesse humano.

Mas o que é um crítico? Seria uma espécie de demônio que denuncia os equívocos dos inerrantes sábios das sociedades? Ou seria um espírito de menino levado que grita diante das sociedades que seus líderes estão nus? Ou, então, anjos que combatem os valores terrenos em prol das virtudes metafísicas? Existiriam críticos do bem, ou todos são do mal? Ou, ainda, seriam os críticos improdutivos?

Um crítico é alguém atuante e sensível às reflexões relevantes, pensa sempre o melhor para sua empresa ou para a sociedade em que vive. É comprometido com a verdade e a busca incessante e de forma incansável.  Tem plena consciência do possível, mas não se deixa enrolar pelas falácias dos “espertos” que usam de todos os meios para convencer a outros de seus interesses, muitas vezes ocultos em atos generosos.

O crítico jamais fala mal de quem quer que seja, bem como não é um assacador das instituições da sociedade. Ele fala sobre as verdades fundadas nos saberes e nos processos éticos valorosos que norteiam sua razão. Ele não é um pessimista e muito menos alguém comprometido em apontar defeito em tudo e todos, ao contrário, como já foi dito, seu compromisso é com a verdade, bem como conhecer os limites do possível.

A crítica é que distingue os seres humanos dos demais animais, pois criticar é o ato de pensar, é o exercício da razão é o homem em sua plenitude. Apenas para lembrarmos, já no Século XVIII Immanuel Kant marca a história do conhecimento humano com seu livro “A Crítica da Razão Pura”.

SER CRÍTICO II – A DEFINIÇÃO


Criticar não é ter opinião adversa de alguém ou da maioria, mas um exercício da razão, fundada em valores éticos preestabelecidos, que busca conhecer o máximo de verdade diante de qualquer tipo de manifestação ou fenômeno. Criticar é racionalizar, raciocinar sobre um tipo de conhecimento.

Algumas profissões estão diretamente ligadas à capacidade crítica de seus profissionais, vejam, por exemplo, o Mestre Cervejeiro e o Enólogo, ainda podemos falar nos degustadores de café e muitos outros. A memória olfativa é uma atividade da razão e, ao mesmo tempo, um princípio ético, pois atribui valorações diferenciadas em função do público para o qual se dirige o produto.

Tomemos como exemplo o enólogo; a mesma parreira produz uvas com muitas variações aromáticas e de açúcares de um ano para o outro. Logo, a cada ano, o enólogo se deparará com características diferentes no produto final, portanto, sua missão é avaliar criticamente a verdade do produto e decidir o padrão e as alternativas viáveis: engarrafar com a rotulagem normal, levar o produto a uma feira ou concurso, misturar com outra safra da mesma uva, utilizar em produtos misturados (o mercado usa as terminologias corte ou seleções), ou usar outra rotulagem. As opções são do crítico a decisão é comercial, do gestor da vinícola.

Outro exemplo vem dos experimentos de novas espécies de frutos, solos, climas. Vejam o Vale do São Francisco, em pleno sertão nordestino, é capaz de produzir uvas que colocaram os nossos vinhos espumantes entre os melhores do mundo. Isso só foi possível em razão do trabalho de críticos, que desenvolveram toda uma estrutura de pensamentos utilizando todos os saberes tecnológicos da época.

Percebe-se de plano, que qualquer empreendedor sério possui um aguçado senso crítico, sem o qual, o fracasso é inevitável. De modo geral, esse é o motivo pelo grande número de pequenas empresas não sobreviverem aos dois primeiros anos de mercado. Também é muito frágil o momento de uma média empresa alçar ser uma grande empresa, o empreendedor, que tinha um espaço complementar em seu segmento de mercado, passa a disputar diretamente com grandes corporações. É necessário uma ampla avaliação crítica despojada de qualquer tipo de vaidade ou sonho, para pretender se manter vivo no mercado.

Pelo exposto, deve-se descartar do termo crítico o pessimismo, a reclamação e, especialmente, a rabugice. Quem vive achando que tudo vai dar errado, que sempre enxerga um defeito ou falha em qualquer coisa, ou que vive reclamando de tudo e todos, não tem nenhum senso crítico, ao contrário tem problemas psicológicos ou psiquiátricos.

Concluindo, ser crítico é inteiramente compatível com qualquer atividade humana, ou ainda, seria desejável que todas as atividades humanas passassem por um processo crítico. A nossa esperança não pode ser somente um sonho de ideias brilhantes, mas uma força vital da razão que nos impulsiona a trabalhar em favor de nosso futuro e do nosso próximo, dia após dia.

SER CRÍTICO III – AS BOAS PRÁTICAS


Falar de boas praticas no ambiente da crítica é uma tarefa muito complexa. A crítica se vale da hermenêutica e da exegese dos fatos e ações dos seres humanos nas diversas áreas da atuação dos mesmos.

Se sou um político, deverei tomar cuidado com as vantagens e facilidades que outros me ofereçam, tanto colegas de função pública, quanto indivíduos ou empresas da iniciativa privada, é a famosa cilada. Da mesma forma, devo cuidar das ações ofensivas, ou seja, as propostas e apoios a projetos de lei ou coisa semelhante, a reputação de um político pode ser depreciada intramuros ou publicamente. É mais fácil recompor a imagem maculada somente em público, do que entre os pares. E, finalmente, não podemos esquecer-nos, ou seja, das nossas limitações ou do ponto de equilíbrio emocional. Nunca somos a maravilha que pensamos ser, muito menos sabemos usar os conhecimentos que adquirimos como supomos saber. Somos o nosso maior adversário se formos previsíveis aos outros, mas imprevisíveis a nós mesmos.

Se olharmos criticamente para o parágrafo acima, podemos verificar uma espécie de regra geral, aplicável em qualquer grupo social de trabalho ou não. Como crítico, não creio em regras e mandamentos, esquemas ou similares que possam ajudar a qualquer pessoa a ter boas práticas de convivência e sucesso. Existe um grande mercado de autoajuda, mas não tenho interesse por condicionar seres humanos em gaiolas, sou um treinador de homens que desejam voar, que não sabem viver engaiolados.

A regra geral é principiológica, por tanto, precisa ser pensada criticamente sempre e diante de qualquer fato ou ação, mesmo que sejam iguais a muitos outros já vivenciados. A água de um rio nunca é a mesma.

SER CRÍTICO IV – OS TEMORES DO MERCADO



Como já registramos, os críticos são produtivos, muitos deles formam o conjunto de empresários empreendedores, são participativos e idealistas. Fica a pergunta: por que as empresas não gostam de críticos em seus quadros funcionais? De modo geral existem duas motivações clássicas, a blindagem das capacitações dos executivos chefes ou a vaidade dos mesmos.
 
Cristalizou-se nos mercados que os chefes são os que sabem mais, por tanto, eles não gostam de serem contraditos por subalternos, eles se sentem humilhados e temem perderem o cargo. Já a vaidade é uma velha companheira da humanidade e o crítico que aponta um procedimento melhor do que o sugerido pelos chefes fere-os o ego de morte. Seres insuportáveis esses críticos!
 
Existe, ainda, um terceiro motivo muito comum, muito antigo, mas trazido à luz juntamente com a revolução industrial. É a domesticação dos seres humanos que são úteis apenas para a execução de tarefas preestabelecidas e muito rotineiras. Na linha de montagem, no chão de fábrica, não existe lugar para pensadores. É a chamada classe operária, que não tem liberdade nem para transitar no ambiente da indústria. Saltam dos ônibus e caminham sempre pelo mesmo lugar até aos postos de trabalho, ao olhar atento dos seguranças. Não são humanos, são mão de obra, necessários em razão da incompetência tecnológica dos fabricantes de maquinários pesados.
 
Vamos agora, abordar uma diretoria de primeiro time de uma boa empresa. Uma vez por ano eles se reúnem de forma isolada para fazer o planejamento estratégico. Quando dão por terminados os trabalhos, os “papeis” onde foi registrado o planejamento, toma ares de pergaminhos. Dia-a-dia ganham uma sacralidade indubitável e todos são cobrados pelos resultados e pela implantação das estratégias contidas no sacro planejamento anual. Qualquer crítico perguntará sobre a metodologia utilizada e pelo conhecimento de utilização das mesmas, bem como, sobre o conhecimento das tendências das praças ou regiões a serem trabalhados, a qualificação humana para o esforço de metas e outras tantas questões que empresas brasileiras não fazem.
 
Outra questão interessante: Por que a contratação de jovens ao invés de pessoas mais experientes, assim como eu, por exemplo? Antigamente falava-se sobre o tempo de produtividade na empresa, sendo desvantagem contratar um profissional prestes a se aposentar. As notícias falam que o tempo médio de empregabilidade no Vale do Silício e de oito meses. O tempo médio de duração de um contrato para um CEO, nos dias atuais, é de dois anos. Qualquer pessoa que veja currículos vai perceber uma drástica redução no tempo médio de relação de emprego. Mas continuam preferindo os jovens, por questões diversas: salários menores, maior facilidade de manobra, assinam qualquer coisa no dia seguinte a uma balada e por aí vai.
 
Ainda sobre o parágrafo acima, quem vai trabalhar, sabendo não haver vínculos de permanência e assumir os riscos de não atingir os objetivos acordados na contratação. Percebe-se um grande número de fraudes de dirigentes em todos os setores da economia. A bolha do mercado americano em 2008, que causa reflexos ainda hoje, foi fruto de uma mega especulação que deixou investidores com papel podre nas mãos. Mas os executivos, mesmo de empresas tecnicamente falidas e socorridas pelos Estados, cumpriram as metas e receberam seus bônus.
 
Será que os empreendedores temem fazer parte de histórias como estas?
 
Quando me manifesto contrário ao liberalismo econômico e suas variáveis é em função da análise dos resultados globais e, fundamentalmente, pelo padrão ético que norteia a crítica liberal: é a ética do movimento, do curto prazo, do bom, ainda que esse conceito de bom, possa causar um desastre mais à frente. Ao criticar, não me torno socialista e nem deixo de acreditar no capitalismo, que em uma frase do Ex-Ministro Delfin Neto, ninguém o inventou. O capitalismo surgiu como uma natural consequência das transações comerciais.
 
Não pretendo escrever sequer um opúsculo sobre o tema, desejo apenas ensejar que meuá amigos façam uma reflexão sobre tema tão relevante, que faz a diferença entre uma corporação dinâmica, produtiva e cumpridora de suas obrigações sociais e uma fantasiosa corporação que nada tem além de papéis e gráficos.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

AINDA SOBRE SACOLAS E SACOLINHAS


Sou defensor contumaz da preservação da natureza como princípio fundante do direito da vida e da dignidade humana. Os seres humanos são por natureza extrativistas, não comemos, nem bebemos e não respiramos sem que a natureza nos forneça os elementos essenciais à vida. Com o desenvolvimento do conhecimento e a proliferação da espécie humana criamos o cultivo e as diversas indústrias, que são grandes processadoras de elementos encontrados ou cultivados na natureza.

Embora o assunto seja específico, ou seja, em relação às sacolas plásticas de mercado, defendo uma hermenêutica mais ampla, qual seja: os movimentos políticos e econômicos nos fazem de bobos e nos geram ônus financeiro e dispêndio de tempo com campanhas estapafúrdias que em nada ajudam a melhorar a consciência da população e, muito menos, contribuir para a recuperação da natureza ou do ecossistema.  “A Prefeitura convoca as crianças para plantar mudas de árvore”, “façamos a caminhada pela natureza”, “grande expedição pela Mata Atlântica”. Agora é a vez das sacolas plásticas e o cidadão será obrigado a dar o seu jeito ou se valer do jeito proposto, que é comprar uma sacola retornável.

Não tenho dúvidas que cada cidadão deve se sacrificar para a recuperação da natureza, não podemos viver sem água, ar e alimento. Porém, propus uma reflexão mais ampla e vou sustentá-la outra vez. Por mais falta de consciência ou, até mesmo, de pudores, dos cidadãos, a capacidade de destruição do ecossistema é mínima, comparada com as atividades econômicas e políticas. As atividades econômicas geram empregos e riquezas para o país e a atividade política gera tributação sem a correspondente prestação de serviços. Se exigida, a atividade econômica reduz os processos destruidores do ambiente a níveis aceitáveis, ou perto de zero, se estimulada, as atividades econômicas desenvolvem projetos de recuperação e preservação do ecossistema. E a atividade política faz o que? Além de tributar as atividades econômicas e os cidadãos de forma direta e indireta, retiram do erário público os recurso para o financiamento dos Partidos Políticos e suas campanhas a cargos públicos, bem como para o enriquecimento pessoal.

Então eu não quero fazer mais sacrifícios enquanto não houver uma mobilização da sociedade contra a ociosidade política e a patifaria dos políticos brasileiros. Existe dinheiro para a implantação de usinas de transformação do lixo, bem como da implantação da coleta seletiva. Vejam o escândalo envolvendo o Carlinhos Cachoeira; é sobre coleta de lixo!

O lixo, em geral, é matéria prima para o desenvolvimento econômico, mas custa caro a implantação de uma boa infraestrutura e não rende votos, pois depois de implementado todos os processos, é como o cano de água, esgoto e gás, que correm no subsolo e ninguém sabe mais que político promoveu a obra. Político experiente constrói viadutos e colocam enormes placas para que a população não esqueça seu nome.

É do meu tempo de juventude levar as sacolas para feiras-livres e mercados, ainda não havia os supermercados, refrigerantes e cervejas eram vendidas em garrafas de vidro retornáveis e os chamados “cascos de bebidas” eram pagos. Foi uma boa época!

Não posso apoiar a destruição do nosso planeta, por isso, aproveito o desconforto causado pelo cinismo do poder público em retirar as sacolinhas plásticas e alertar aos amigos que isso e nada é a mesma coisa, se não exigirmos pelos meios legais, que os nossos representantes políticos não nos desonrem e nem nos façam de tolos, ou no dizer de Nietzsche, de rebanhos.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

SOBRE SACOLAS E SACOLINHAS: UMA MUDANÇA NOS HÁBITOS DOS CONSUMIDORES


Os tempos atuais requerem dos estudiosos e pensadores uma visão multidisciplinar em face da complexidade existencial das sociedades e de seus valores postos sobre o paradigma dos capitais, desassociados de qualquer compromisso produtivo. Bauman (Zygmunt Bauman (1995), A Vida Fragmentada, Ensaios sobre a Moral Pós-Moderna, Relógio d’Água, pp. 41. Publicada por AMCD em Segunda-feira, Março 29, 2010. Etiquetas: Bauman, Citações, Filosofia, Sociologia. http://trabalhosedias.blogspot.com/search/label/Bauman em 18/02/11) assim escreve:


O ROLO COMPRESSOR DO «DESENVOLVIMENTO» CAPITALISTA

“As vítimas do «desenvolvimento» - o verdadeiro rolo compressor de Giddens, que esmaga tudo e todos os que encontre no seu caminho - «evitadas pelo sector avançado e cortadas dos antigos usos...são seres expatriados nos seus próprios países». Por toda a parte por onde o rolo compressor passa, o saber-fazer desaparece, para ser substituído pela escassez de competências; surge o mercado de trabalho mercadoria onde outrora os homens e mulheres viviam; a tradição torna-se um lastro pesado e um fardo dispendioso; as utilidades comuns transformam-se em recursos subaproveitados, a sabedoria em preconceito, os sábios em portadores de superstições.”

“E não é só que o rolo compressor não se mova apenas por sua própria iniciativa, mas com o apoio e reforço pelas turbas das suas futuras vítimas ávidas de serem esmagadas (ainda que, nalguns casos, o rolo aja por si só, sentimo-nos muitas vezes tentados a falar, mais do que de um rolo compressor, de um Moloch - essa divindade de pedra com uma pira acesa no ventre, em cujo interior as vítimas autodesignadas se precipitam com regozijo, entre cantos e danças); é, além disso, depois de começar a funcionar, empurrado pelas costas, sub-reptícia, mas incessantemente, por multidões incontáveis de especialistas, de engenheiros, de empresários, de negociantes de sementes, fertilizadores e pesticidas, ferramentas e motores, de cientistas dos institutos de investigação e também de políticos, tanto indígenas como cosmopolitas, que buscam, todos eles, o prestígio e a glória. É deste modo que o rolo compressor parece imparável, ao mesmo tempo que a impressão de ser impossível pará-lo o torna ainda mais insuportável. Parece não haver maneira possível de escapar a este «desenvolvimento», «naturalizado» sob a forma de qualquer coisa que se assemelha muito a uma «lei da natureza» pela parte moderna do globo, desesperadamente em busca de novos fornecimentos do sangue virgem do qual necessita para se manter vivo e em forma. Mas o que é que este «desenvolvimento» desenvolve?”


Bauman é o autor da teoria da liquefação dos valores sociais como consequência da globalização. O rolo compressor, posto como um Moloch faz todo o sentido quando se verifica a ausência de valores e a superficialidade com que as sociedades aceitam sobreviver. Com toda a vênia, ouso discordar de Bauman quando ele associa o rolo compressor ao capitalismo, tenho a convicção de que o capitalismo não é a mesma coisa do liberalismo e muito menos do neoliberalismo.

Ao iniciar o artigo com este magnífico texto de Bauman, pretendo chamar a atenção para a necessidade de questionar criticamente (de forma ética), não só as ações privadas, mas, em especial, as ações políticas do Poder Público.

O canal de televisão Futura faz uma chamada muito interessante: “O mundo é feito de perguntas e não de respostas.” Nesta pequena frase está resumidamente todo o conceito que Bauman define como “rolo compressor do desenvolvimento” e a perda das capacitações éticas, ou críticas, alienantes da sociedade.

Nietzsche, em seu livro Além do Bem e do Mal, aforismo 64, página 76; escreve: ““A ciência pela ciência” é a última cilada que nos arma a moral — e é precisamente essa que envolve a todos inextrincavelmente em sua rede”. É, na verdade, uma crítica ao racionalismo kantiano enquanto instrumento da verdade, bem como ao empirismo fundado na coisa dada e apreensão dos fatos.

SOBRE SACOLAS E SACOLINHAS

No Brasil, predomina o populismo político, que não é outra coisa, se não, a política das esmolas rotas que obstruem a visão de uma classe ociosa, na concepção de Thorstein Veblen, a qual vive por se autolocupletarem à custa do erário público adquirido na forma de tributos. Assim funciona o Poder Público no Brasil.

Escolas, creches, viadutos, obras de infraestrutura, hidrelétricas, obras nunca faltaram. Nos grandes centros urbanos não é difícil encontrar uma escola ou um centro médico. Mas funcionam? Podemos dizer que temos um razoável serviço público em alguma área da competência do Estado? Acreditamos nos estudos de impacto ambiental que foram realizados para a liberação da construção da Hidrelétrica de Belo Monte? Ou da construção da ferrovia que devastará os manguezais baianos?

Quem sabe as verdadeiras intenções da guerra contra as sacolinhas de mercado? Se considerarmos que não foi divulgado nenhum projeto de mudança nas embalagens e rotulagens de produtos industrializados, como também, nenhuma mudança no material que embala os produtos hortifrúti, dentro das poderosas sacolas biodegradáveis serão transportados quilos de plásticos que irão para os lixões. Mas é o começo! É um passo Importante! Para quem e para o que? Quem já tem consciência da preservação do meio ambiente, para nada serviu. Quem não tem tal consciência, não é parvo, é apenas uma pessoa neoliberal egocêntrico (pensa no bom para ele), portanto, sabe que está transportando todo o tipo de plástico para sua casa, apenas passou a pagar pela sacola.

Esta discussão, em ano eleitoral, oportuna levantar temas inquietantes, tais como: o rolo compressor desenvolvimentista de Bauman (o Moloch do senso comum), da descrença de Nietzsche das coisas por elas mesmas, que o Poder Público funciona como uma classe ociosa arrecadadora de tributos na concepção vebleniana e nós vivemos o senso comum, perdemos a nossa capacidade de visão crítica.

Finalizo com mais um aforismo de Nietzsche: “A atração exercida pelo conhecimento seria bastante fraca, se para atingi-lo não fosse preciso vencer tantos pudores.”

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O PRINCÍPIO DA BOA FÉ

A irresponsabilidade e a credulidade do brasileiro são doenças sociais, razão pela qual o Princípio da Boa Fé, só deveria ser aplicado após um processo à parte e concomitante com a ação principal. Boa fé se dá em questões que não se pode avaliar tecnicamente, o resto é desleixo, preguiça e barateamento de despesas.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

NEURAS GOVERNAMENTAIS


Publicado no OESP – ON-LINE, em 15.02.2012
Autor: José Jorge Ribeiro da Silva; jjribeiros@yahoo.com.br; Campinas, SP


A mágoa e a raiva mal disfarçada que possamos sentir pelo nosso próprio país, podem se tornar elementos norteadores das políticas que adotamos em determinados momentos. Contar com o patriotismo dos palanques eleitorais parece mera retórica e pirotecnia linguística, quando vemos o bom coração do/da governante ceder sempre em favor dos "de fora" em detrimento dos "de dentro". Assim foi com os bolivianos que herdaram refinaria montada pela Petrobrás e paga com dinheiro dos brasileiros; o compartilhar de investimentos em Cuba deixando nossos portos a ver navios, literalmente. Jamais me oporia apoiar quaisquer medidas benéficas em países depauperados por seus ladinos governantes, caso visse o melhor exemplo de empreendimento funcionando primeiramente em minha casa. Projetar a imagem de excelente governante(anta) aos de fora, sem antes fazer o dever de casa, pode soar uma vingança subliminar ao país que agora vai pagar pelo que fez a minha pessoa e aos meus "cumpanheros" em outra épocas. Humilhações e sofrimentos que nos são impostos em idade que não nos permite discernir claramente de qual lado habita o mal (político ou social) podem nos tornar cínicos e discretamente vingativos aos nossos compatriotas, ainda que disfarçados de pessoas de bem, altruístas e amantes do próximo, em nossas decisões governamentais. O divã bem que poderia ser aplicado, sem neuras!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

CÁLICE: MUITO MAIS ATUAL DO QUE NUNCA!


Costumamos definir significados e passar a compreender a vida através deles. O sol é alegria, a chuva é melancolia e por aí vai. Mas os significados são diferentes de pessoa para pessoa, pela simples razão de que são as pessoas que atribuem significação as coisas, fatos, valores, indivíduos, paisagens e toda a sorte de formas.

Curiosamente, costumamos pensar dialeticamente até formarmos o conceito significante. Após definido, os significados se cristalizam em dogmas e não há mais no que pensar. É necessária uma grande tragédia para des-dogmatizar um significado; tomamos como um exemplo uma doença de morte para modificar o significado do dinheiro, ou o desemprego para mudar o significado da empresa, ou, até mesmo, da empregabilidade.

Nos anos em que a América Latina vivia sob o Regime Político de Exceção, em que os países eram governados por militares de extrema direita, fruto de Golpe de Estado, quando foram suprimidos da população os Direitos e Garantias Individuais e Coletivas, um grande número de pessoas, naturalmente crianças, interessados ou parvos, atribuíram a ditadura implantada o significado protetivo do comunismo. O povo temia o comunismo por medo de perda da liberdade e pelo ateísmo doutrinário. Foi necessário que o regime soviético apodrece-se, fazendo milhares de vítimas dentro e fora dos seus territórios para que o povo entende-se que o marxismo é apenas uma teoria sem nenhuma ciência, como agora presenciamos a falência do liberalismo, igualmente teórico e desprovido de qualquer embasamento científico.

Mas as pessoas demoram a se desfazer dos dogmas. Somente o sofrimento extremo pode despertar um cérebro dogmatizado. “Eu posso competir em condições de igualdade”... nem o nossos rostos são iguais, sempre existe uma diferença entre o lado direito e esquerdo. Então eu pergunto: por que o culto ao liberalismo? Será uma infinita solidariedade ao Deutsche Bank, que, propositadamente, emprestou ao Governo Grego muito mais do que o a Grécia tinha possibilidade de honrar; não se pode perder de vista que Estado não fale, ele arrocha o cidadão, arrocha o sistema produtivo, reescalona a dívida, mas não pode falir.

Mas apesar de tudo, o mundo liberal acredita em liberdade, democracia, direito e milagres, especialmente econômicos, esta aí a “teologia da prosperidade” do Macedo, diga-se de passagem, um exemplo vivo de prosperidade.

Como dizer que estes dogmas são mentirosos sem ser taxado de comunista marxista? Porque essa é a punição dos liberais quando confrontados. Então a vítima é silenciada pelo descrédito de uma ideologia de cujo.

Em 1973, Chico Buarque e Gilberto Gil compuseram uma música intitulada “Cálice”. Uma obra de arte, de genialidade, batendo forte no regime militar, a música ficou cinco anos proibida de ser gravada pela censura militar.

Não posso deixar de reproduzir a letra: No You Tube você pode ouvir a canção.

Refrão:
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue ... (2x)

Estrofes:
Como beber dessa bebida amarga;
Tragar a dor e engolir a labuta?
Mesmo calada a boca resta o peito.
Silêncio na cidade não se escuta.
De que me vale ser filho da santa?!
Melhor seria ser filho da outra;
Outra realidade menos morta;
Tanta mentira, tanta força bruta.

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano.
Quero lançar um grito desumano,
Que é uma maneira de ser escutado.
Esse silêncio todo me atordoa...
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada, prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa.

De muito gorda a porca já não anda. (Cálice!)
De muito usada a faca já não corta.
Como é difícil, Pai, abrir a porta... (Cálice!)
Essa palavra presa na garganta...
Esse pileque homérico no mundo.
De que adianta ter boa vontade?
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade.

Talvez o mundo não seja pequeno, (Cale-se!)
Nem seja a vida um fato consumado. (Cale-se!)
Quero inventar o meu próprio pecado. (Cale-se!)
Quero morrer do meu próprio veneno. (Pai! Cale-se!)
Quero perder de vez tua cabeça! (Cale-se!)
Minha cabeça perder teu juízo. (Cale-se!)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel. (Cale-se!)
Me embriagar até que alguém me esqueça. (Cale-se!)

Saber que 80% da economia mundial está sob o controle de 737 corporações mundiais; “Talvez o mundo não seja pequeno, (Cale-se!)”. Saber que o trabalho é a escravidão corporativa e não um meio de vida; “Como beber dessa bebida amarga; Tragar a dor e engolir a labuta?” As pessoas não tem mais capacidade crítica! Acreditam, acreditam e acreditam; “Esse pileque homérico no mundo. De que adianta ter boa vontade?” Ninguém é responsável por nada, todos se consideram vítimas de deuses ou de demônios; “Quero inventar o meu próprio pecado. Quero morrer do meu próprio veneno”. Eu quero estabelecer o meu significado!

Quem sabe existam pessoas com a coragem de ser? Quem sabe você pode se indignar tanto quanto eu estou indignado? E para os apologistas de direita e esquerda eu canto: “Quero perder de vez tua cabeça! Minha cabeça perder teu juízo”.

Abraços,

Wagner Winter

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O BRASIL MERECE OS BRASILEIROS?


Estupram o povo com Leis e Impostos desde o tempo do Império. Ninguém fala nada! No BBB, que já é um estupro social, aconteceu um lamentável estupro em caso concreto, um crime anunciado. Em algumas redes sociais, a indignação está mobilizando pessoas a boicotar o programa e seus patrocinadores.

E a Nação Brasileira, continuará a ser estuprada diante do silêncio da sociedade? O BBB é capaz de indignar mais os homocibernéticos do que os trabalhadores brasileiros que dependem dos serviços públicos?

Nos comportamos como estupradores, somos tão corruptos quanto qualquer político, policial ou juiz. Poste no twitter Nicolau Lalau! Boicote ao BBB! Mas se, por uma decisão qualquer o estuprador for expulso do programa: viva o BBB! Conseguimos!

O Brasil nunca mereceu os brasileiros crédulos, esperançosos de mundos encantados, mágicos. Tudo irá mudar, mas não com o trabalho de cada um.



TRIBUTO AOS HERÓIS: 

Nas favelas, no Senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a Constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Este caminho que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir
por não ter onde ir
Controlando a minha maluquez
misturada com minha lucidez
Vou ficar
ficar com certeza
maluco beleza
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
– Lá sou amigo do rei –
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada


NA BELEZA DOS VERSOS, TRÊS HISTÓRIAS SÃO CONTADAS. EM COMUM, A DESESPERANÇA COM REALIDADE DA SOCIEDADE BRASILEIRA.

A poesia é uma linguagem do conhecimento racional que ajuda a crítica dos fatos percebíveis, no caso, três gerações de poetas.

NÓS, OS DO POVO, VAMOS PRECISAR DE QUANTAS GERAÇÕES MAIS, ATÉ QUE RESOLVAMOS DAR UM BASTA NA HISTÓRIA DA CORRUPÇÃO BRASILEIRA.

Ou vamos entender a poesia como um ópio romântico!

Abraços,

Wagner Winter