O tempo é um eterno fugitivo, por isso, a vida deve ser intensa e a intensidade de viver advém de valores benéficos a sua continuidade, pois o dia seguinte está por amadurecer e deverá ser vivido com a mesma intensidade de hoje. Tempus Fugit, Carpe Diem.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

A CORRUPÇÃO JÁ PODE SER CONSIDERADA COMO ESTRATÉGIA DE MERCADO? FAZ PARTE DA “ARTE DE NEGOCIAR”?

A CORRUPÇÃO É RESPONSÁVEL POR 10% DO CUSTO DOS NEGÓCIOS REALIZADOS NO MUNDO –VALORONLINE 11/07/2011.

A prática de suborno É O FLAGELO do COMÉRCIO INTERNACIONAL NOS DIAS DE HOJE. Em uma época em que tantas pessoas lutam em meio à crise econômica, o suborno é uma doença bastante real a ameaçar a nossa prosperidade. Representa um desafio grave ao desenvolvimento das economias e contribui para a falha dos mercados. Distorce a concorrência, prejudica a livre iniciativa e arruína os negócios. Sufoca o talento e a inovação e mata o empreendedorismo.

Para os negócios, a corrupção é uma ameaça que precisa ser enfrentada de forma proativa, assim como a fraude ou a apropriação indevida. a corrupção é responsável por 10 % DO CUSTO DE TODOS OS NEGÓCIOS realizados no mundo e DE ATÉ 25% DO CUSTO DE CONTRATOS DE INTERMEDIAÇÃO de compra dos países em desenvolvimento.

Sabe-se que fazer negócios em mercados corruptos GERA UM CUSTO EQUIVALENTE A 20% DE IMPOSTOS PAGOS PELO SETOR PRIVADO. Entre 2008 e 2010, cerca de um quinto dos executivos entrevistados em pesquisa relataram que já receberam pedidos para pagamento de propina. Uma proporção similar afirmou ter perdido empreendimentos para competidores que aceitaram pagar suborno.

Os custos sociais invariavelmente acompanham os custos econômicos, tendo efeitos prejudiciais sobre empregos, saúde, educação e contribuindo para o esgotamento desnecessário dos recursos naturais.

A lei de combate à corrupção do Reino Unido - UK Bribery Act-, que entrou em vigor no último 1º de julho, representa um passo importante nos esforços britânicos de combate ao problema. Ela irá equipar as cortes britânicas com uma das legislações anticorrupção mais robustas do mundo, consolidando e atualizando a legislação anterior e introduzindo dois novos delitos gerais no ato de pagar e no de receber propina: o crime de suborno de funcionários públicos em outros países por razões comerciais passa a ser punido e organizações comerciais passam a ser responsabilizadas criminalmente se fracassarem em impedir que corrupção seja cometida em seu nome ou a seu favor.

Antes de responder pense: Temos votado nos últimos anos para os cargos legislativos e executivos; Os Tribunais de Contas em todas as esferas da Federação sempre aprovam os gastos públicos; todas as obras públicas são superfaturadas.

APENAS PARA PENSARMOS E APROFUNDAR O DEBATE

(cor.rup.ção) – Aulete Dicionário Digital
sf.
  1  Ação ou resultado de corromper(-se)
  2  Adulteração das características originais de algo; DESVIRTUAÇÃO; DETURPAÇÃO. [Antôn.: conservação, manutenção.]
  3  Decomposição orgânica; DETERIORAÇÃO; PUTREFAÇÃO. [Antôn.: conservação, preservação.]
  4  Soc.  Ato ou efeito de subornar, vender e comprar vantagens, desviar recursos, fraudar, furtar em benefício próprio e em prejuízo do Estado ou do bem público; ALICIAÇÃO.
  5  Fig.  Degeneração moral; DEPRAVAÇÃO; IMORALIDADE; PERVERSÃO [Antôn.: decência, decoro, moralidade.]
 [Pl.: -ções.]
 [F.: Do lat. corruptio, onis. Var.: corrução.]

Quero propor uma reflexão ligeira, mas nem por isso menos profunda.

O primeiro significado é muito simples de compreender: sujeito ativo e sujeito passivo.

O segundo significado é complexo na medida em que enxergamos a sociedade em seus grandes grupamentos, podendo chegar à totalidade dos grupos sociais. Temos os sujeitos ativos inseridos nos limites da: “Adulteração das características originais de algo”. Poderíamos julgar, a priori, que estes sejam os limites também dos sujeitos passivos. Mas ao observarmos os significados antônimos do sentido original, perceberemos que a “conservação, preservação” dos valores sociais é um poder dever de todo cidadão.

Se a corrupção sobreviveu aos “anões do Orçamento”, “mensalão” e outros escândalos e estão presentes no cotidiano do brasileiro, é porque a sociedade, num todo, por diversas razões, é sujeito passivo por omissão ou negligência, ou seja, nós somos corrompidos na medida em que nos calamos ou não participamos do combate para a conservação e a preservação dos mais importantes valores sociais.

É curioso que no tempo do último golpe político militar ocorrido em 1964, durante 20 anos os cidadãos não puderam falar e expressar livremente qualquer tipo de opinião contrária ao sistema. Coube a alguns intelectuais e artistas servirem de porta-voz do sentimento da Nação Brasileira e, através da música, da poesia, do teatro e várias outras manifestações culturais e artísticas o totalitarismo, diga-se de passagem, também apodrecido pela corrupção, era denunciado e combatido.

Vivemos o maior período de democracia na história do Brasil e o povo brasileiro continua emudecido. Os veículos midiáticos noticiam abertamente os esquemas montados para fraudar o erário público, contudo, as inspirações dos poetas, dos músicos, dos artistas se foram. Restou a “Degeneração moral; DEPRAVAÇÃO; IMORALIDADE; PERVERSÃO”, cujos antônimos parecem-nos impronunciáveis.

Abraços,
Wagner Winter