Uma proposta de reflexão e discussão à luz dos efeitos da crise mundial e o trabalho motivacional dos agentes das empresas, visando ao maior nível de satisfação e produtividade.
Não podemos negar que estamos vivendo o reinício de um período de crise econômica mundial. Espera-se uma recessão nos EUA e na UE, gerando perdas financeiras imprevisíveis com fortes reflexos nos países em desenvolvimento. Esta crise deve gerar muita movimentação de trocas de posições de investimentos, cortes nos orçamentos públicos e privados, quedas nas bolsas de valores em todo o mundo e variações desastrosas nas taxas de câmbio.
O sistema financeiro mundial está em xeque e, com ele, toda a economia mundial. O desaquecimento dos mercados gera recessão e o aquecimento em momentos de pouco investimento gera inflação. Diz um ditado popular no Brasil: “na briga do mar com o rochedo, quem sofre é o marisco”. Fiz a citação para enfatizar que entre os interesses econômicos do setor privado e os interesses macroeconômicos dos Estados, sofrem mais e primeiro as microeconomias privadas, empregados, aposentados e as academias, que precisam de financiamento para o desenvolvimento de pesquisas.
Não desconheço as ciências econômicas contemporâneas, obviamente não sou um especialista, apenas conheço o suficiente para discordar de sua principiologia e alguns métodos. Entre os princípios de que discordo o mais importante é o do capital inútil, ou seja, o capital de investimento especulativo que não gera outra coisa se não mais capital. Falando intimamente, chamo de capital prostituto, pelo fato específico de saciar momentaneamente as necessidades de reservas internacionais à custa de um alto cachê, ou taxa de juros e logo se retira sem deixar sequer o telefone, para atender outras oportunidades de negócios ou clientes.
Direitos fundamentais, tais como: O direito da dignidade da pessoa humana; liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado; toda pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego; toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde e bem estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência fora de seu controle; são questionados, em especial nos momentos de crise, sobre quem vai pagar a conta para o pleno exercício dos mesmos. O questionamento não é só político-econômico, é essencialmente jurídico, uma vez que os Estados membros da ONU assumiram os Direitos Fundamentais em seu ordenamento jurídico.
Há alguns anos, a pesquisadora francesa Vivianne Forrester escreveu um livro pequeno, chamado "O Horror Econômico", que consistia em comentar a tendência à extinção do emprego, do trabalho regulamentado, substituído pelo trabalho por contrato temporário. O "horror" estaria presente na própria impossibilidade de os governos admitirem que não seria possível reverter a situação, nem teriam como comunicar isto a seus eleitores. Neste mundo, com relações sociais e econômicas denominadas como "líquidas", por Zygmunt Baumann, nada parece durar muito tempo. E agora, como estes agentes nas empresas deverão se comportar?
Penso já termos descrito suficientemente o cenário para colocar, diante da premissa de que a motivação é a saúde da produção, os seguintes questionamentos:
1. Como manter-se motivado para empreender empresarialmente? (micro, pequeno e médio empreendimentos).
2. É possível motivar uma equipe de executivos de média ou grande empresa que acompanham diariamente se as empresas em que trabalham serão incorporadas, objeto de fusões ou exterminadas? (entenda-se por exterminadas o processo de recuperação judicial ou de falência no sistema jurídico brasileiro).
3. Os trabalhadores comuns já estão acostumados a serem demitidos em massa dentro dos transportes coletivos das empresas, inclusive a “tia do cafezinho”, citada brilhantemente em outra discussão de grupo. Como motivar esses trabalhadores comuns?
Registro meus agradecimentos ao Dr. Fernando Roberto Freitas Almeida (UFF) que me orientou neste texto.
Posto o texto e seus questionamentos, convidamos a todos os membros opinarem de forma livre sobre as muitas possibilidades existentes.
Abraços,
Wagner Winter