O tempo é um eterno fugitivo, por isso, a vida deve ser intensa e a intensidade de viver advém de valores benéficos a sua continuidade, pois o dia seguinte está por amadurecer e deverá ser vivido com a mesma intensidade de hoje. Tempus Fugit, Carpe Diem.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

QUEM SÃO OS VÂNDALOS DO RIO DE JANEIRO?

É uma pergunta objetiva, que exigiria uma resposta, também, objetiva. Contudo, não existe uma resposta objetiva e é necessário fazer-se um exercício lógico para uma possível conclusão, ainda que no campo da probabilidade.

Iniciemos com alguns questionamentos rápidos: De onde eles surgem? Não sabemos; ninguém denunciou qualquer tipo de deslocamento suspeito. Para onde vão após a missão cumprida, ou seja, o vandalismo? Ninguém sabe. Já ocorreu no Rio de Janeiro alguma manifestação do tipo, violenta e com ataque aos bancos? Não, não se quebram bancos no Rio de Janeiro. Por que só aparecem após a concentração de manifestações legítimas e pacíficas com propósitos únicos de agredir a Polícia Militar do Estado, quebrar vidraças de bancos com pedras e incendiar lixo nas vias públicas? Não sabemos. Quantos foram presos, identificados e respondendo a inquérito policial? Nenhum que seja de conhecimento público. Por que os serviços de inteligência das polícias e do MPE/RJ estão inertes? Não se sabe.

Com certeza os vândalos são a maior ameaça às manifestações pacíficas que colocam os governos em “saia bem justa”. Os vândalos dão e são o motivo teórico da Polícia Militar agir como se estivesse em senário de guerra.

Decerto que, silentemente, os governos vão deixando as manifestações de lado e focando no vandalismo e, curiosamente, a grande mídia caminha na mesma direção. Embora seja dito que as manifestações são pacíficas, não se perde mais do que o tempo para a afirmação: “a manifestação começou pacífica” ou “a manifestação pacífica” e, de imediato, passam e repassam as cenas de violência e vandalismo.

Os governantes estão tentando através da mídia, jogar a “conta” das manifestações e da greve dos professores nos partidos de esquerda. Esqueceram que os partidos de esquerda no Rio de Janeiro é que aderiram ao movimento dos professores e não só os de esquerda. Os partidos que apoiaram as manifestações são representados por pessoas pacifistas, intelectuais em sua grande maioria e estavam marchando junto com os professores desde o início das manifestações.

Talvez possa-se perguntar ao jornalista norte-americano Glenn Greenwald, ou diretamente a Agência de Segurança Americana – NSA, já que as agências de inteligência brasileiras não se importam com o vandalismo urbano, que tem como único objetivo mobilizar as forças policiais para calar, dispersar e desencorajar movimentos populares inteiramente legítimos e importantes para a sociedade.

Enfim, para não passar-se por imbecil, deve-se continuar a questionar sobre esses “meninos levados”. Quem paga os salários dos “molequinhos”? Será que têm família? Vivem em comunidades carentes? Seriam narcotraficantes? O que nunca se pensou, nem de longe, é que os vândalos seriam “agentes” governamentais infiltrados para dar um ponto final às manifestações populares e a democracia no Estado do Rio de Janeiro. Isso jamais!

Wagner Winter em 09/10/2013

sábado, 5 de outubro de 2013

TERRORISMO NO BRASIL! A COMUNIDADE INTERNACIONAL PERMANECE INDIFERENTE.

Atentados contra milhares de civis desarmados vêm acontecendo diariamente no Rio de Janeiro. Com imensa truculência dos Governos do Estado e Município do Rio de Janeiro, são deferidos ataques diários aos professores das redes públicas de ensino. Cresce a apologia ao crime organizado e associações com finalidades criminosas entre os adolescentes alunos, por verem suas referências em educação serem torturadas, agredidas por verdadeira enxurrada de bombas, gases tóxicos, choques elétricos, tiros de todas as espécies de armas e surras de cassetete.

(Fundamento do direito do autor para publicação do presente artigo encontra-se na CRFB/1988, art. 5º, inciso IX – Texto com fulcro nos últimos episódios das ações governamentais contra os professores da Cidade do Rio de Janeiro)

O Governador do Estado do Rio de Janeiro e o Prefeito do Município do Rio de Janeiro decretaram, pelas vias de fato, o regime de exceção ao Estado Democrático de Direito. Atitudes só vistas em governos totalitários; negaram-se a ouvir os professores das redes públicas, reprimiram os atos políticos da categoria, todos legítimos e legais, com a truculência da Polícia Militar do Estado. Não satisfeitos, estão utilizando a grande mídia para divulgar falsas concessões de melhorias, as quais, em sua maioria são obrigações não cumpridas, indesculpavelmente negligenciadas por governos que se dizem comprometidos com a educação pública, numa tentativa de desqualificar as reivindicações dos professores – que não são somente de natureza salariais, mas pedagógicas e de gestão escolar.

Tendo em vista as notícias das mídias especializadas sobre a corrupção no Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro e considerando a notoriedade da corrupção do Poder Legislativo da Cidade e do Estado, existe um ambiente propício aos Poderes Executivos, também ditos corruptos, para o enfrentamento arrivista aos mais importantes princípios federativos positivados com clareza na CRFB/1988. O Estado do Rio de Janeiro se excepciona dos demais Estados da Federação. Aqui governa-se com a mão leve da corrupção e a mão pesada do totalitarismo imbecil, sem nenhuma ideologia; ilegal, imoral, uma afronta ás demais Unidades da Federação e a União.

Amanhã, dia 05 de outubro de 2013, a CRFB/1988 completa 25 anos. No dizer do Ministro Aposentado do STF Dr. Ayres Britto: “a Constituição é uma árvore que deu bons frutos”. Apesar das imperfeições e das omissões, foi um grande avanço político democrático, em especial se considerarmos a proximidade com o tempo da ditadura militar, do regime de exceção ao Estado Democrático de Direito. Como comemorar tal data no Rio de Janeiro? Estado sem democracia e com suspeição de parte do judiciário.

Diz a nossa Constituição, logo em suas primeiras linhas:

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.


 Se a única forma de conquistar verdadeira independência, de melhorar os índices que medem a qualidade de vida e erradicar a miséria é através da educação, então os poderes governantes do Estado do Rio de Janeiro ensejam o crescimento de programas sociais artificiais, que o povo fique mais imbecil e se contente com a miséria. Toda bondade populista esconde a longa manus da corrupção, do totalitarismo fundado nos mais sórdidos interesses econômicos e na sustentabilidade do poder.

Com os feitos do Governador e do Prefeito, que trataram reivindicações mais do que justas, absolutamente necessárias, como um combate de guerra urbana, já mencionado, como voltarão às escolas os mestres derrotados, feridos no corpo e em sua dignidade? Decerto que sim. Agrava-se a questão por ser de conhecimento comum que o alunato das escolas públicas são, quase em sua totalidade, moradores de comunidades carentes, antigas favelas, núcleo logístico dos narcotraficantes e dos policiais integrantes de milícias. Sobra aos professores derrotados, vitimados e humilhados publicamente a tarefa de motivar alunos de difícil formação social e familiar, assediados por traficantes e milicianos, que é bom estudar e tornar-se um cidadão capaz de viver e prosperar na legalidade. Jamais este governo teve coragem para enfrentar o narcotráfico ou as milícias com a determinação com que enfrentaram os professores da rede pública. Os atos cruelmente praticados são, em sua essência, a maior apologia ao narcotráfico que se pode conceber! São criminosos!

Sobre o olhar crítico de Nietzsche a respeito de um Estado Democrático de Direito e muito bem intencionado, suas palavras assumem o gênero literário dos grandes Profetas Bíblicos, que tanto exortaram ao povo que a confiança no Estado era enganosa, pois um Estado só pode ser confiável, se independente dele, os cidadãos coercitivamente pela instrumentalidade do Direito, cortar-lhe periodicamente suas garras e podar-lhe suas asas, pois quem precisa de garras e asas é o cidadão que não é supérfluo.

Ainda em algumas partes há povos e rebanhos; mas entre nós, irmãos, entre nós há Estados.
Estados? Que é isso? Vamos! Abrir os ouvidos, porque vos vou falar da morte dos povos.
Estado chama-se o mais frio de todos os monstros. Mente também friamente, e eis que mentira rasteira sai da sua boca: ‘Eu, o Estado, sou o povo’.
É uma mentira!
[...] A vós quer ele dar tudo, se o adorardes. Assim compra o brilho da vossa virtude e o altivo olhar dos vossos olhos.
Convosco quer atrair os supérfluos! Sim; inventou com isso uma artimanha infernal, um corcel de morte, ajaezado com o adorno brilhante das honras divinas.
Inventou para o grande número uma morte que se preza de ser vida, uma servidão à medida do desejo de todos os pregadores da morte.
O Estado é onde todos bebem veneno, os bons e os maus; onde todos se perdem a si mesmos, os bons e os maus; onde o lento suicídio de todos se chama ‘a vida’.
[...] Onde acaba o Estado começa o homem que não é supérfluo; começa o canto dos que são necessários, a melodia única e insubstituível.
Ali, onde acaba o Estado... olhai, meus irmãos! Não vedes o arco-íris e as pontes do Super-homem?
Assim falou Zaratustra.” (NIETZSCHE, Friedrich – Assim Falou Zaratustra, 4ª edição – Ed. Martins Claret – São Paulo, SP. (pg. 55 e 56)).


Aos sindicatos dos professores da rede estadual e municipal advertimos que é um poder-dever prosseguir judicialmente com todas as questões envolvidas, inclusive com o justo pleito de indenizações, que precisam ser reivindicadas em juízo competente, ainda que se argua a suspeição de parte do judiciário estadual. Não existe espaço para acordos ou retratações, os feitos foram gravosos em demasia. Como, também, denunciar os governantes por crimes contra a humanidade; ou a truculência da força policial, as ações dos chamados soldados P2, o volume de bombas e de gás lacrimogênio e de pimenta, as balas de borracha que perfuram olhos, perfuram os corpos até encontrarem massa muscular, atos realizados contra milhares de cidadãos pacíficos e inteiramente desarmados que exerciam o direito de manifestação contra o descaso com a educação, passou a ser uma forma amparada pelos direitos humanos e fazem parte da moderna democracia do Século XXI. É necessário, também, que os sindicatos exijam em juízo uma auditoria independente nos chamados investimentos com a educação e confiram os preços, finalidade e uso de obras, equipamentos, salários de funcionários nomeados por ato político nas respectivas secretarias de educação. O corte do ponto é outra arma de tortura que deve ser combatida, ele atinge a dignidade à vida e impõe o medo de viver e lutar pelos ideais de uma educação eficaz. Ninguém está em casa descansando ou viajando de férias, todos os professores estão trabalhando, no caso específico, apanhando em público, exigindo uma política pública que valorize a educação.

Aos professores, além de se ensejar o pagamento das necessárias indenizações e o pagamento dos pequeninos salários, recebam as nossas mais sinceras homenagens e o aplauso sem fim dos que amam o educar. Não contem com organismos como a OAB, organizações de direitos humanos e outras ficções do bem. Contem com o próprio instinto de ser educador e enfrentem destemidamente os criminosos que os atacam. Exijam dos sindicatos o bom caminho do Poder Judiciário, denunciem quaisquer atos que possam parecer corrupção dos governantes, podem as garras e as asas dos governantes zabaneiros cortesões das melhores ofertas, pústulas do Estado Democrático de Direito.

É impressionante como as músicas brasileiras de fulcro político nunca envelhecem, nunca deixam de ser tema atual: trago o refrão da música “Brasil” composta por Cazuza/George Israel/Nilo Roméro - Brasil. Mostra tua cara. Quero ver quem paga. Pra gente ficar assim. Brasil. Qual é o teu negócio? O nome do teu sócio? Confia em mim.


Wagner Winter em 04/10/3013