Foram três artigos teóricos que questionam a existência
humana em face dos mercados e das sociedades, analisando os processos éticos
formadores das diversas moralidades reguladoras da vida cotidiana. Ainda no
campo da teoria, procurei mostrar alternativas e a real vocação da existência
humana, a qual é a felicidade existencial, que se caracteriza pela
essencialidade das coisas e valores que sustentam e complementam a própria
vida.
Tenho uma rede de conexões muito diversificada quanto às
atividades profissionais, bem como, a formação acadêmica. É razoável e fácil de
compreender tal diversidade, se levarmos em conta que estou no LinkedIn desde o
início de sua operação; logo, os interesses e motivações para a formação da
rede foram se modificando ao longo dos anos. Como os amigos virtuais da rede
apresentam tal característica, a tarefa de transformar as teorias em uma
proposta prática é por demais desafiadora, o que gera entusiasmo e, ao mesmo
tempo, muita responsabilidade.
Iniciamos com parte do Art. 5º da nossa Constituição, não
sendo demasiado, registrar in verbis
as partes que serão focadas.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
XIII - é livre o exercício de qualquer
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a
lei estabelecer;
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito;
Creio que, para quem leu os outros textos, já é perceptível
que estou trabalhando com uma diversidade de áreas do conhecimento humano. O
artigo 5º da Constituição Federal trata dos direitos e garantias fundamentais
e, em seu capítulo primeiro, dos direitos e deveres individuais e coletivos.
Creio que se os Constituintes Originários trouxeram a termo e positivaram os direitos
e deveres individuais e coletivos, direitos
estes difusos, subjetivos, principiológicos e, em tese, intrínsecos à natureza existencial
humana, de certo que já havia um consensual convencimento de que tais princípios
de direito, embora intrínsecos à natureza humana, dependiam de processos
cognitivos éticos para o desenvolvimento moral. Esses princípios nem sempre encontram
entes humanos em condições de pensar,
seja por conflito de interesses ou irremediável metodologia ética, tornando-se,
portanto, inteiramente divergentes.
Aqui cabe destacar a influência da cultura religiosa. Não me
atrevo a dizer que todas as religiões não aceitam a igualdade entre homem e
mulher, mas quase todas discriminam as mulheres fazendo-as seres humanos
complementares aos homens. As principais religiões do mundo, os governos e o
sacerdócio, aqui expressando genericamente os proclamadores das divindades, são
exercidos por homens. As mulheres trabalham em obras ou meras atividades de
natureza social. Outra consideração relevante é a concepção moral de certo e
errado, que pode ser entendida como santidade e pecado, o apelo ao cumprimento
da vontade dos deuses causa temor, insegurança e dependência da aprovação dos
atos e pensamentos humanos das tradições eclesiásticas. Elencar os grandes
conflitos não é difícil: a virgindade até o casamento, a fidelidade conjugal, o
não reconhecimento da união estável, a questão do gênero, a liberdade sexual,
jogos de sorte (chamo de sorte, contudo o normal é perder), bênçãos e
maldições, ideologias de direita e de esquerda e outros.
As corporações e os mercados merecem atenção especial. A
discriminação ao trabalho da mulher é notória mundialmente, inclusive quanto ao
valor dos recebimentos pecuniários menores em relação aos rendimentos dos
homens com as mesmas funções. Todavia, outro processo impositivo aos entes
humanos é a doutrinação comportamental e o controle ético e moral sobre seu
quadro funcional e respectivos familiares. Nesse processo impositivo, as
corporações e os mercados levam em conta a aparência, a vida social e a
futilidade e consumismo da família. Outra questão relevante é a idade dos
executivos e a finalidade objetiva da empregabilidade. Jovens até a meia idade,
cerca de 50 anos, formam a grande massa dos executivos. Acima dos 50 anos,
sobrevivem os acionistas e poucos líderes de projeção e notoriedade na formação
dos rebanhos de executivos. Elimina-se qualquer experiência de grandes
executivos cuja faixa etária estiver acima de 50 anos.
Somam-se a influência religiosa e dos mercados, a influência
do Estado. Não creio em Estados. Todos, sem exceção, estão contaminados pela
doutrina teleológica, o que, segundo Aristóteles, é filosoficamente
inalcançável plenamente. Porém, o Estado está comprometido consigo mesmo e com
os seus partícipes ou burocratas que almejam o poder absoluto, ainda que se
defina como Estado Democrático de Direito. É certo que países com força privada
econômica blindaram os capitais, de forma que os Estados não conseguem dominar os
capitais. Devemos considerar que a mundialização econômica, social, cultural e
política, fundamentam a impossibilidade do domínio dos capitais pelos Estados.
Contudo, é importante ter em mente que os Estados controlam o Direito e,
consequentemente, pessoas, sociedades civis, sociedade empresariais e, quando
laico, as sociedades religiosas, ainda que em aparente sistema de negociação.
Tenho absoluta certeza de que cada parágrafo renderia uma
enciclopédia, sem o esgotamento do assunto. Eu mesmo não calculo a quantidade
de livros, opúsculos e artigos que li para apresentar pequenos parágrafos aos
meus amigos, com o intuito de proporcionar alguns momentos de reflexão. Mas,
como disse Gonzaguinha em sua composição “Diga Lá, Coração”: “Diga lá, meu
coração/ Que ela está dentro em peito e bem guardada/ E que é preciso/ Mais que
nunca/ Prosseguir, Prosseguir”. (in Diga
Lá, Coração www.vagalume.com.br)
E prosseguir significa o reconhecimento de que a moral das
melhores práticas das mais importantes áreas do conhecimento humano não está
permitindo a evolução e o desenvolvimento generalizado das sociedades humanas.
É necessário também, refletir sobre a causa e apontar um caminho que melhore a
existência humana, mas isso será visto no próximo texto, que já está pronto e
será postado em outra ocasião.
Não sou dono da verdade, sou dono de uma ciclópica paixão
pela existência humana.
Abraços,
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